Ao planejarmos a viagem, tínhamos a ideia de fazer a segunda parte do percurso da Route des Grands Crus de bicicleta. A intenção era percorrer, pedalando, a Côte de Beaune, até a comuna de Santennay, para conhecer os vinhedos da uva chardonnay e provar os vinhos brancos mais famosos do mundo.
Quando acordamos, estava chovendo, mas não muito forte. Decidimos, então, manter a programação. Na recepção do nosso hotel pedimos informações sobre onde alugar as bicicletas. Como era um domingo, eles ligaram para uma locadora para ver se estava aberta e nos deram todas as indicações.
Chegando lá, escolhemos nossas bikes e recebemos um mapa que indicava o caminho da estrada para bicicletas, a chamada veloroute. Porém, veio a decepção: a distância até o fim do percurso era de 22 quilômetros e vimos que seria difícil percorrermos tudo no mesmo dia, sendo que gostaríamos de parar em cada cidadezinha e lugar charmoso e interessante que encontrássemos.
Assim, pegamos as bicicletas e resolvemos ir pelo menos até uma parte do caminho. Foi uma decisão acertada.
A estrada, que é quase exclusiva para as bicicletas (pouquíssimos carros passam por lá), vai por dentro dos vinhedos e nos revela paisagens lindíssimas. A vontade era de parar o tempo inteiro para contemplar a vista.
Logo chegamos à primeira cidade, Pommard, a três quilômetros de Beaune. Entramos por ruas minúsculas, com casas medievais em que os nomes dos donos, com suas profissões, estavam escritos em plaquinhas na porta. Por exemplo: “Madame e Monsieur Lahage Vincent – Viticulteur”. A impressão é que estávamos dentro de um cenário de filme antigo.
No centro da cidade paramos em um chafariz. Com sede, fomos verificar se a água era potável. Somente em uma das bicas havia a informação de que poderíamos beber a água. Logo ao lado, uma propaganda do atual prefeito dizia algo como: “O prefeito reformou a fonte de água e, atendendo aos pedidos da população, agora há água potável no chafariz de Pommard”. É…político marqueteiro tem em todo lugar!
Logo depois descobrimos o Domaine Patrick Clémencet, onde fizemos a primeira degustação na Côte de Beaune.
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