Depois da grande experiência que tivemos na Cave Geisse, hoje fazemos a segunda escala na Rota dos Espumantes da nossa viagem à Serra Gaúcha: a famosa vinícola Chandon. Antes de mais nada, é preciso dizer que, sempre que estamos prestes a visitar pela primeira vez uma vinícola grande, sentimos receio com o que vamos encontrar. Principalmente porque já tivemos belas surpresas com pequenas marcas e algumas decepções com empresas maiores.
Não foi o caso da Chandon brasileira, que fica em Garibaldi, e cuja produção anual de espumantes é estimada em dez milhões de garrafas por ano. Para nós, foi uma grata surpresa conhecer por dentro o seu rigoroso controle de qualidade, a tecnologia empregada em todas as fases da produção e experimentar a sua boa linha de espumantes.
Um dos melhores momentos foi provar, ainda durante a visita guiada às instalações da empresa, o vinho base que faz o espumante ainda em plena produção, nos tonéis de inox. Tivemos uma sensação diferente, a de “antecipar” como provavelmente ficará aquele espumante depois e de todas as outras fases, inclusive do envelhecimento na garrafa, até estar pronto para o consumo.
No Brasil, a vinícola utiliza na produção dos seus diferentes espumantes as uvas chardonnay, pinot noir – a partir de mudas que foram importadas da França – e a riesling italiana, que já era cultivada na região e foi aprimorada para ser utilizada nos assemblages, as misturas que vão formar o vinho. Como na maioria das vinícolas hoje em dia, as videiras são plantadas verticalmente, sistema chamado de espaldeira. O recurso permite melhor aproveitamento da luminosidade natural, cujo reflexo é a maior concentração de açúcares na uva.
História e degustação – A Chandon brasileira foi fundada em 1973, quando a Maison Moët & Chandon decidiu apostar no potencial vitivinícola brasileiro. No Brasil, a empresa é líder no segmento de vinhos espumantes naturais de luxo. A Chandon brasileira – assim como as fábricas instaladas na Austrália, na Califórnia e na Argentina – faz parte da multinacional francesa LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton).
Ao fim da visita, degustamos três espumantes. Levamos os dois que mais nos agradaram. Um deles, o tradicional Reserve Brut, feito da mistura de chardonnay, pinot noir e riesling itálico. Esse espumante nos pareceu bastante correto e com bom custo-benefício, ao menos em se tratando de uma compra diretamente na vinícola (não passou de R$ 70).
O outro pertence à linha mais nobre da vinícola, o Excellence Rosé, que ficou perto dos R$ 90. De uma cor delicada e de média intensidade. Tem borbulhas bem mais finas e numerosas que o anterior, formando um colarinho persistente na taça – características que atestam uma qualidade mais apurada em um espumante.
No post seguinte, a gente conta sobre a nossa ida à vinícola Peterlongo, lugar de muita história e onde fica a primeira cave subterrânea do Brasil.
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