O Bar du Marché me trouxe de volta a lembrança de diversas imagens do que vi e vivi nessas três décadas que frequento Buenos Aires. A “Paris dos trópicos”, como já foi apelidada a capital argentina em seus áureos – e cada vez mais longínquos – tempos, sempre teve (e ainda tem) muito da atmosfera da Cidade das Luzes (e dos cafés). Nesse charmoso bar de esquina, como era de se esperar, o vinho é o carro-chefe que acompanha comidas e conversas.
Desde as minhas primeiras vezes na cidade portenha, ainda adolescente, encantou-me o ar europeu (continente que só viria a conhecer muitos anos depois) dos cafés e de seus frequentadores. Ali, ensinavam-se na época, as pessoas bebiam enquanto conversavam, liam solitariamente o jornal ou simplesmente viam a vida passar – e muitas vezes por horas e horas a fio.
Pois bem. Localizado numa esquina de Palermo, esse café e seu toldo vermelho nos remetem imediatamente a Paris. E, também, reforçam em nós uma Buenos Aires que ainda guarda muito do charme não apenas no estilo do Velho Mundo, mas na mescla de influências culturais e gastronômicas que é um dos pontos altos da própria metrópole argentina.
No cardápio, são dezenas de rótulos, e não apenas de diversas regiões argentinas (Mendoza, Salta, Neuquén, Río Negro). Há franceses, espanhóis, neozelandeses, chilenos, italianos. A maioria está disponível em quatro tamanhos, para fazer a festa dos que gostam de experimentar diferentes tipos de vinho: taça de degustação (85ml), comum (170ml), jarra (375ml) e garrafa (750ml).
Em função disso, e também da qualidade dos vinhos, os preços são muito variados. Mas com ótimo custo-benefício: podem-se beber vinhos em taças que custam desde o equivalente a R$ 10 reais (degustação) ou R$ 15 (tamanho normal) até garrafas que vão de R$ 45 a R$ 200. Como petiscos, tira-gostos fritos, tábuas de queijos e frios. Mas há também saladas, omeletes, hambúrgueres e outros sanduíches, além de pratos à base de carne e peixe.
Nós bebemos duas taças de brancos e duas de tintos. Todos argentinos, de regiões e uvas diferentes (chardonnay, torrontés, cabernet e malbec). E saímos de lá já planejando voltar com muito mais tempo da próxima vez. Tomara que não demore…
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