Sem dúvida, ela é uma das vinícolas mais bonitas que conhecemos nessas nossas andanças pelo Brasil e pelo mundo. A Luiz Argenta fica em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, onde foram plantados os primeiros pés de uvas viníferas (as usadas para fazer vinhos) do país.
Na chegada à vinícola, leva-se um susto. Apesar de o GPS mostrar que estamos bem próximos, ainda estamos dentro de uma pequena cidade: passamos por escola, comércio, prédios, ruas movimentadas. Alguns metros depois, o movimento diminui, a gente olha para o lado, e, de repente, dá de cara com uma imensidão verde de pequenas colinas repletas de vinhedos. No meio delas, o grandioso e moderno prédio da vinícola.
A Luiz Argenta foi inaugurada em 2009 e hoje produz 17 variedades de uvas em 55 hectares. Desde 1999 essas terras são trabalhadas pela família Argenta. O local é um dos mais altos no Brasil a produzir uvas, alguns montes estão a 885 metros de altura.
Um dos pontos altos da visita é a degustação dos vinhos. Ela acontece durante o passeio, e não só ao fim, como na maioria dos lugares. Assim que chegamos, ganhamos uma taça com design arrojado, que serve tanto para vinhos tranquilos como para espumantes.
Em cada ponto onde paramos para ouvir as explicações sobre a produção, que é de cerca de 180 mil garrafas por ano, degustamos um vinho diferente. São quatro, no total, sendo um espumante, dois brancos e um tinto. Para nós, os destaques foram o primeiro vinho – o Brut Rosé-Charmat –, um espumante bem fresco e gostoso, e o último, o Corte Cave 2011, um vinho tinto feito com a uva merlot, e que estava encorpado e excelente.
Tom Jobim – Essa última degustação é feita no interior da sala das barricas. Uma sala linda, certamente uma das mais interessantes onde estivemos até hoje. O vinho descansa nos barris ao som de Tom Jobim: “As músicas do maestro tocam o ano todo aqui nesta sala”, informa o guia da vinícola. Emocionante.
Na sala, onde não é permitido tirar fotos, há vários pontos em que o teto é curvo e, quando falamos, temos a voz muito amplificada. Brincadeira boba, divertida e certa para quem já bebeu algumas tacinhas de vinho.
Almoço com vista – Saindo do passeio, fomos almoçar no restaurante. O espaço tem as paredes de vidro e, ao sentar nas mesas, temos a sensação de estarmos debruçados sobre os vinhedos. É um lugar para fazer a refeição com muita calma e contemplação.
O almoço é servido no esquema de menu com couvert, salada, entrada, prato principal e sobremesa. Há várias opções para cada uma das etapas.
De prato principal, comemos coxa de pato ao vinho com molho de frutas vermelhas e risoto e entrecôte com maionese de azeitonas e batata sautê com rúcula e pimentão grelhado. Tudo harmonizado com o vinho que escolhemos, o LA Corte Clássico, feito com as uvas merlot, shiraz e petit verdot. Deu muito certo.
Saímos de lá levando algumas garrafas e admirando a paisagem e certos de que o enoturismo no Brasil está crescendo e de que muitas empresas brasileiras já entenderam as necessidades desse mercado. É muito bom saber e ver que elas estão prontas para garantir experiências e contar as incríveis histórias desse mundo para turistas e todos os tipos de entusiastas do vinho.
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