Assim que chegamos à sede da Don Giovanni, na Serra Gaúcha, ficamos com vontade de morar lá. Nós bem que tentamos, durante pelo menos um fim de semana, já que há uma pousada no local… Mas, não demos sorte: os oito quartos já estavam ocupados.
A vinícola fica em um lindo e aconchegante casarão de pedra de 1930, em um dos pontos mais altos da região. Essa posição garante uma vista linda para os vinhedos e para um nascer o sol de perder o fôlego, segundo vimos apenas em fotos, infelizmente – ao menos por enquanto.
Após esse encanto somente com o lugar, fomos conhecer as instalações da vinícola (como a área das caves – foto acima – e dos tanques de fermentação – abaixo) e o processo de produção. Essa visita durou cerca de 30 minutos e pudemos saber mais sobre a história e sobre a filosofia da vinícola.
A Don Giovanni fabrica cerca de 100 mil garrafas por ano. São 18 hectares de uvas plantadas e o objetivo é que tudo seja feito de forma biodinâmica e biossustentável. Dessa forma, não são usados pesticidas e herbicidas. No lugar, são utilizadas informações como, por exemplo, o ciclo da lua, ovelhas para combater pragas e até mesmo uma plantação de girassol que atrai, para si, pequenos bichinhos que são prejudiciais às uvas.
Produção e prova – Cerca de 80% da produção é de espumante, principalmente com as uvas pinot noir e chardonnay. Porém, outras variedades, como cabernet franc, cabernet sauvignon, merlot, tannat e ancellota também são plantadas. Localizada em Pinto Bandeira, a Don Giovanni faz parte do conhecido “terroir perfeito” – local que reúne um conjunto de condicionantes (como clima, microclima, terreno, pessoas etc.) – para a produção de uvas para espumante no Brasil.
Sem dúvida, os espumantes são as grandes estrelas da Don Giovanni. Na charmosa loja da vinícola (acima), nós provamos três deles, todos feitos pelo método tradicional (champenoise).
O primeiro foi o Don Giovanni Brut, feito com 75% de chardonnay e 25% de pinot noir. O espumante tem uma cor bem clarinha, é bastante agradável e tem um gostinho mais “queimadinho”, “tostadinho”, que lembra o gosto de algumas castanhas.
O segundo foi o Don Giovanni Rosé Brut. Ele tem uma composição de uvas incomum para o que conhecemos, pois é feito com 50% de pinot noir, 40% de merlot e 10% de chardonnay. O espumante tem uma cor muito bonita, é bem fresco e tem um gostinho de frutas vermelhas.
Por último, experimentamos o Stravaganzza Brut. Ele tem uma cor um pouquinho mais forte do que o Don Giovanni Brut e é bastante cremoso e cítrico.
Ah! Ao chegarmos lá, descobrimos que a pousada não tinha vagas pois estava totalmente reservada para a família e convidados de um casamento que aconteceria nos jardins, naquele fim de tarde mesmo. Uma ideia e tanto!
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