Paris é uma cidade fascinante, dentre tantos outros motivos, por nos fazer sentir seguros de que, mesmo sem viver lá, o que amamos estará sempre ali, esperando por nós. Assim é, por exemplo, o minúsculo bar Ambassade de Bourgogne – localizado em uma das regiões mais conhecidas de Paris, Saint Germain des Prés –, com sua carta de vinhos toda dedicada aos chardonnay e pinot noir da região da Borgonha.
Não é só o bar que está nos nossos corações, mas todo o programa que significa ir até lá. Além dos emblemáticos cafés, como o Les deux Magots e o Café de Flore, que apesar de turísticos não perdem o seu charme e sua elegância, também é possível encontrar cantinhos preciosos, escondidos e tranquilos. O Ambassade é um desses lugares. Faz parte do passeio caminhar por algumas das ruas da Rive Gauche, andar pelo Boulevard Saint Germain e virar no movimentado Carrefour de L’Odeon e passar pelo L’Avant Comptoir, sobre o qual já contamos aqui no blog. Alguns passos depois, já é possível ver a pequena e aconchegante lojinha onde, logo na entrada, está o mapa da região da Borgonha. Na parede, garrafas e mais garrafas de vinhos.
Nas prateleiras da loja e bar de vinhos há centenas de rótulos de variados preços, estilos e produtores da Borgonha
O bar
Existem apenas três mesas do lado de dentro da loja-bar. No verão, outras duas são colocadas na calçada. Há sempre, no máximo, dois funcionários: normalmente, um jovem francês se reveza no atendimento com uma moça de traços orientais. Eles ficam no caixa, atrás de um balcão e de um computador, sempre com uma tacinha de vinho para dar mais prazer ao trabalho. Só vão às mesas dos clientes quando são chamados.
Já sentados para degustar algumas taças, é impossível parar de olhar para as garrafas e observar de onde vieram, qual é o viticultor e a variação de preços entre elas. É um mundo de vinhos “diferentes” produzidos em uma região pequena e especial, sobre a qual o Botequim do Vinho já publicou uma série de histórias (leia a primeira delas aqui).
Os preços das taças variam de 4 a 20 euros. Também é possível comprar uma das garrafas da loja e degustar nas mesas, com o pagamento de uma taxa de rolha de 15 euros. Nós sempre escolhemos beber em taças, para aproveitar a oportunidade de conhecer mais vinhos. Dentre os brancos, há opções de vinhos de Chablis, um ótimo Bougogne Aligoté, um Chassagne-Montrachet, um Mersault e outros. Para quem prefere os tintos, são cerca de 10 opções em taças como um Nuits-Saint-Georges, um Chambolle-Musigny e outros rótulos da Côte de Beaune.
Petiscos harmonizados
Para acompanhar, o bar oferece alguns petiscos como salames, presuntos, salada de lentilhas e queijos. Uma ótima pedida é escolher, de acordo com o vinho, entre a tábua de queijos preparada especialmente para os tintos ou para os brancos. Para nós, no entanto, que não somos especialistas em nada, qualquer vinho “cai bem” com o Comté, o queijo mais vendido na França.
Assim, terminado esse delicioso ritual na Ambassade de Bourgogne e já tomados pelos delicados sabores da Borgonha, é hora de voltar a flanar pelo irresistível bairro de Saint Germain e admirar seus encantadores personagens. Ter que ir embora sempre nos dá muita saudade. Mas, pelo menos, ela vem acompanhada da tranquilidade de saber que, em breve, poderemos voltar, pois tudo continuará no mesmo lugar.
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